O Diário de Anne Frank (História em Quadrinhos, 2017)
- Pyetro Belo
- 6 de mai. de 2021
- 2 min de leitura

Anne Frank foi uma menina judia que, durante a época do Nezismo, escreveu num diário todas as suas vivências, experiências durante. Ela tinha apenas 13-14 anos quando escreveu o diário. Foi com 15 que ela infelizmente faleceu por tifo. O pai dela (o único que sobreviveu da família Frank, infelizmente) encontrou o diário e o publicou, resultando simplesmente em um dos grandes livros do Século XX. Anne Frank se rornou um grande símbolo das vítimas do Holocausto, mas também um grande símbolo feminino e um grande símbolo da literatura.
Em 2017, foi lançado uma adaptação em quadrinhos do livro. E é sobre ele que falaremos. Os criadores da hq, Ari Folman e David Polonsky, tiveram a difícil tarefa de adaptar esse grandioso livro em quadrinhos (se já é difícil adaptar um livro numa hq, imagina adaptar um livro como esse). Tentaram ser o máximo fiel possível ao original, resultando em todos os tópicos do original serem adaptados a quadrinhos. Um fator que ajudou foi o fator ilustração, que economizou várias páginas de descrições para várias páginas ilustradas, com qual podemos nos situar.
A hq traz as anotações de Anne Frank junto com as ilustrações em quadrinhos. E com isso, eu entendi porque O Diário de Anne Frank é uma obra tão cultuada: a escrita.
A escrita é algo indescritível de tão boa. Lembrando que Anne Frank tinha apenas 13-14 anos quando escreveu. Anne consegue nos imergir, nos colocando no lugar dela, narrando suas vivências e experiências. Nesse diário, ela escreve de forma surpreendentemente madura, fazendo reflexões maduras e sábias (teve uma que mexeu comigo).
É uma hq que, por mais maduro que seja, possui muitas reflexões destinadas aos adolescentes, seja o amor na adolescência, seja a puberdade, seja o amadurecimento (é notável como a escrita dela vai amadurecendo ao longo da hq) e seja a sexualidade (há uma parte só sobre isso, que inclusive foi censurada por muito tempo).
Outro ponto importante da hq são as ilustrações. As ilustrações tem seu estilo próprio, não se baseando no "estilo" de Anne (há poucos momentos que simulam o "estilo" dela). Muito bem desenhado e muito bem designado. Nota-se como tudo que envolve a Anne possui cores mais "coloridas" (ainda que não tanto coloridas assim), enquanto que tudo que envolve os nazistas e a guerra possui cores mais escuras e sem vida.
Quando eu terminei de ler essa hq, me vi pensando como seria a vida de Anne se ela tivesse sobrevivido, já que algumas reflexões se conectam com temas mais discutidos atualmente, como o papel da mulher na sociedade e sexualidade (são temas que já eram discutidos antigamente, mas pouco). Fiquei imaginando como ela teria vivido sua vida, como tantas coisas que ela, e todas as vítimas do Holocausto, não puderam vivenciar.
O Diário de Anne Frank em Quadrinhos é uma imperdível e impecável leitura que nos proporciona a sublime escrita de Anne Frank e uma linda ilustração de David Polonsky. Agora, só sei que estou muitíssimo interessado pelo livro original.

R.I.P. Anne Frank
1929-1945
👏👏❤️
Espero que tenham gostado