La La Land: Cantando Estações (2016)

Em uma rodovia de LA, há um trânsito do caramba. Vários carros buzinando impacientes. Em vários carros, há vários tipos diferentes de música. Do nada, uma mulher de vestido amarelo começa a cantar e dançar. A cantoria, a dança e a alegria dessa mulher contagia os cidadãos no trânsito, ao ponto em que todos começam a dançar e cantar. Todos dançando ao seu jeito. Há alegria na cantoria e na dança. Todos cantando a mesma música: Another Day of Sun. Tudo isso filmado em um longo plano-sequência. Esse é o início de La La Land. Existe casos em que o início dita o restante do filme, ou seja, quando o início é bom, o resto também é. E esse é o caso de La La Land.

Dirigido e escrito por Damien Chazelle, o mesmo diretor do magnífico Whiplash. Indicado a 14 Oscars, tendo vencido 6. No elenco, temos Emma Stone (em seu melhor papel) e Ryan Gosling.

Uma garçonete que sonha em ser uma atriz e um pianista que sonha em ter seu próprio clube de jazz. Os dois se conhecem e se apaixonam. Essa é a premissa de La La Land.

Musicais, em sua maioria, sempre apresentam canções que, ou tem uma importância narrativa, ou que transpõem o sentimento do personagem. Tudo isso apresentado fluidamente na narrativa. La La Land é um musical. Melhor dizendo, ele é um musical raiz que homenageia os clássicos musicais de Hollywood. Nunca fui fã de musicais, mas acaba que essa barreira que eu tenho com musicais é destruída com La La Land.

La La Land é alegre e vibrante. Possuindo uma alegria confortante, mas não muito exagerada. E sendo vibrante graças a estética coloridíssima. A estética é brilhante. A fotografia usa luz ambiente para fazer as cenas, além de que o filme é filmado com película. O trabalho de cores é realmente muito bom. Os cenários são lindos e as paisagens são belas (nesse filme, a gente vê cada paisagem boa, hein). O figurino é maravilhoso (fico triste ao saber que esse filme perdeu o Oscar de Melhor Figurino pra... Animais Fantásticos e Onde Habitam... eca).

A direção de Chazelle é impecável, ao fazer bastante o uso de plano-sequência e excelentes movimentos de câmera. A direção de Chazelle nos proporciona sequências musicais belíssimas... e também nos trazendo simplesmente um dos melhores encerramentos que eu já assisti, um final agridoce que, com certeza, vai te emocionar... e fazer chorar também... eu chorei nessa cena (A carga emocional dessa cena deve atingir muito algumas pessoas por elas terem passado pelo mesmo). O roteiro é tão bom quanto a direção.

O elenco é fantástico. Temos Emma Stone, que transmite uma alegria e também frustração (ela venceu o Oscar de Melhor Atriz por esse filme). E também temos Ryan Gosling, que transmite um sarcasmo e também otimismo. Eles tem uma química absurda. Gosto deles dançando e cantando.

O grande coração de La La Land é a música. As sequências musicais são belas. As coreografias, muito bem ensaiadas. As músicas, em si, são perfeitas, nos cativando e nos marcando (Another Day of Sun é empolgante, nos preparando pro espetáculo. Someone on The Crowd é legalzinha. City of Stars é perfeita, a letra dela é poderosa demais. A Lovely Night é boa também. Audition é excelente). A trilha sonora incidental de Justin Hurwitz é maravilhosa (Planetarium e Epilogue são lindos).

Gente, La La Land, pra mim, é uma obra de arte. Um dos melhores filmes que eu já vi. Vibrante e cativante, La La Land nos proporciona um belíssimo musical com uma simples premissa, mas com um grande coração... eu sinceramente nunca tinha visto um filme de romance tão bom quanto esse...