Jogo Perigoso (2017)

Filme de terror psicológico. Dirigido por Mike Flanagan (o diretor de Ouija, Hush e Doutor Sono e o criador de A Maldição da Residência Hill e A Maldição da Mansão Bly), Jogo Perigoso é baseado no livro de mesmo nome do Stephen King. Esse filme fala sobre um casal que, em uma cabana remota, tenta esquentar as coisas (se é que me entende), mas acaba dando errado. É literalmente um Cinquenta Tons de Cinza versão terror psicológico.

Que baita filme, em. Como você percebeu, a trama é simples, mas ao redor do filme, você vai percebendo que o filme trata de temas nada simples de se contar (como abuso sexual e tal) e vê que ele não é tão simples assim. A execução das ideias é realmente muito boa.

Esse é um filme claustrofóbico. Um filme brutal e visceral (tem uma cena muito difícil de ser assistida, sério. O som se mostra eficaz nessa cena, em específico). Um filme desconfortável (tem duas cenas, em específico, que são bem desconfortáveis). E um filme verdadeiramente assustador (gosto como as sombras se tornam algo assustador. E também, eu me assustei pra caraca com "O Homem da Lua"). E é nisso que a direção de Mike Flanagan acerta mais.

A direção é muito boa. O roteiro nos prende com diálogos bem escritos e uma escrita envolvente e intrigante. A fotografia usa luz ambiente para fazer as cenas, fazendo o azul da noite e as sombras negras se tornarem algo genuinamente assustador. O uso do vermelho em determinadas cenas se mostra também eficaz.

O elenco brilha nesse filme. Carla Gugino (de A Maldição, Watchmen, Uma Noite no Museu e Os Pinguins do Papai) arrebenta em sua performance fantástica, Bruce Greenwood também faz muito bem. Chiara Aurelia e Henry Thomas funcionam muito bem nos flashbacks.

Pra mim, o único problema desse filme é o epílogo, ou seja, os últimos minutos do filme. Eles acabam jogando muitas informaçõe de uma vez, abusando de expositividade e esquecendo sua naturalidade. Mas esse problema acaba sendo bem pouco, comparado ao grande filme que Jogo Perigoso é.