Cidade Invisível (1a Temporada, 2021)

Série criada por Carlos Saldanha, o brasileiro diretor de alguns filmes da (extinta) empresa de animações Blue Sky Studios (no caso, dirigiu o terceiro e o quarto filme de A Era do Gelo, o primeiro e o segundo Rio e O Touro Ferdinando). A série fala sobre um detetive que, além da morte de sua esposa, descobre um boto cor-de-rosa numa praia e ao investigar esses ocorridos, encontra um mundo oculto de entidades folclóricas brasileiras.

Eu tinha ouvido muita gente falar dessa série, até chegar a um ponto em que não dava mais pra ignorar. Então, eu vi o trailer, trailer esse que me interessou por sua fotografia excelente e também fiquei animado quando vi a Cuca (interpretada por Alessandra Negrini) cantando a canção de ninar (você sabe, "dorme, neném, que a Cuca vai pegar"). Aquilo tinha me interessado, interesse esse aumentado quando assisti o primeiro episódio e os demais.

Cara, que série maneira. Confesso, eu tava com um certo ressentimento para assisti-la, e tipo, das três séries brasileiras da Netflix que já assisti, eu achei a primeira muito boa (no caso, Irmandade), a segunda achei uma "novelinha chiclete" (Coisa Mais Linda) e a terceira achei okay (Bom Dia, Verônica). Todas eram boas, mas não excelentes (menos Irmandade, que eu acho excelente). E isso me preocupava, mas agora não me preocupa mais

Cidade Invisível mistura mistério com folclore brasileiro. Achei incrível a transposição das entidades folclóricas para os dias de hoje. E como eles traduzem os personagens (o Saci usa uma perna mecânica, o Curupira é um cadeirante, a Iara possui tranças no cabelo que se assemelham a cauda de sereia, etc. Essas sutilezas ajudaram eu e meu pai a identificar quem é quem). Falando nisso, eu gostei da tradução que eles fizeram da Cuca, que não mais se trata de um jacaré e sim uma borboleta, achei criativo (obviamente muita gente reclamou disso). Outra coisa que eles fazem foi dar background (origem e tal) às entidades, os tornando personagens fantasiosos, mas também humanos. E ver essa série me deixou mais curioso para conhecer mais do folclore brasileiro.

Elogio também a fotografia dessa série, elegante e bonita, o trabalho de cores é muito bom. A história dessa série é um pouco batida, mas acho que quando vai se desenrolando, cada vez mais você ignora e se interte com seu desenrolar. Acho o elenco, em sua maioria, fraco, mas elogio o ator Fábio Lago (o Baiano de Tropa de Elite), que interpreta o Curupira, dá um show.

Cidade Invisível tem uma trama batida e um elenco fraco, mas consegue cumprir sua proposta de misturar mistério com folclore brasileiro. E fico feliz ao saber que haverá uma segunda temporada.