Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (2021)

Filme de zumbi e roubo. Dirigido, escrito, produzido e fotografado por Zack Snyder (Madrugada dos Mortos, 300 e O Homem de Aço). Estrelado por Dave Bautista, Ella Purnell e Hiroyuki Sanada. Army of the Dead mostra um grupo de mercenários que planejam roubar um cassino de Las Vegas que está infestada de zumbis.

Zack Snyder se mostra inteligente ao trazer zumbis diferenciados, quero dizer, zumbis mais inteligentes, mais fortes e mais ágeis. Um novo conceito que infelizmente não é bem aproveitado.

Confesso que assistir Army of the Dead foi uma experiência boa, me diverti o assistindo e desliguei minha mente máximo o possível. Esse é um exemplo do que há de bom e ruim nos filmes de Zack Snyder: ação e estética boas e roteiro e direção ruins.

O que, com certeza, me prendeu no filme foi sua ação, com coreografias excelentes e bons efeitos visuais, sem o exagerado uso de slow motion. A estética se mostra excelente aqui também, expondo uma limpa, mas pé no chão, fotografia e uma maquiagem zumbi excepcional. A trilha sonora, feita pelo Junkie XL, acompanha o longo de forma competente. O filme possui cenas excelentes de ação, destacando principalmente a cena de abertura, que nos situa de forma primorosa (pena que esse primor não se repete no resto do longa).

O filme possui todos esses pontos positivos, mas como disse, ele mostra o que há de bom e ruim nos filmes de Snyder. Ele possui pontos (bem) negativos. Primeiramente, a comédia e o drama do filme não funcionam; a comédia é super vergonhosa e o alívio cômico é forçadaço.

O drama é adicionado para sentirmos algo pelos personagens, no que falham miseravelmente. Os personagens são superficiais e não geram empatia e isso é intensificado pelas atuações, todos os atores estão péssimos (o máximo que senti de empatia foi por duas personagens, que são descartadas, infelizmente, para dar espaço a personagens menos interessantes... o pior é que os zumbis conseguem ser mais bem desenvolvidos que os próprios personagens, é sério). O filme acaba dando espaço demais ao drama, gerando cenas vazias que não nos cativam, pois não nos cativamos com os personagens (o pior é a direção que tenta nos fazer sentir algo nessas cenas).

O filme acaba dando espaço ao que não funciona ao invés do que funciona. Toda a trama dos zumbis é muito boa, mas é muito mal explorada e acaba sendo desperdiçada (o tigre zumbi foi super descartável). A temática sobre imigração é interessante, mas depois é jogada fora. A maior parte dos problemas são por causa do roteiro e direção. O roteiro é muito ruim, exagerando na quantidade de personagens e nos apresentando diálogos risíveis. A direção não é fluida, nos dando uma edição cheia de gordura (e que, com certeza, precisava de uma enxugada, que cortasse o desnecessário e editasse devidamente. Um exemplo de edição mal feita no filme é quando há um erro de continuidade na maquiagem de uma das personagens, que nunca é consertado) e um ritmo mais lento do que deveria (demora muito pra tudo acontecer, além de que o filme poderia ser bem menor, já que ele possui 2h25min).

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é um filme que infelizmente substitui temáticas interessantes por drama, o que nos proporciona temáticas mal exploradas e um drama vazio. Ainda assim, é um filme competente, que entrega o que promete: cenas de ação e estética, mesmo que tão pouco.